Pouco mais de um ano após o crime a Polícia Civil concluiu,
nesta sexta-feira (19), o inquérito que apurou o assassinato do Prefeito de
Matrinchã, Daniel Antônio de Souza, de 50 anos, e da esposa dele, Elizeth Bruno
Barros, de 40 anos. Presos preventivamente, Dalmi Félix da Cruz, de 52 anos, e
os então secretários da prefeitura Hélio Soyer, de 67 anos (Finanças), e Cleib
Bueno de Morais, de 39 anos (Administração), foram indiciados por planejar e
executar o assassinato, ocorrido na noite de 3 de agosto de 2015.
Pelo que apurou o Delegado Valdemir Pereira, titular da
Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), o crime, que começou a
ser planejado em abril do ano passado, teve como principal motivação a ganância
pelo poder na cidade. “Tudo começou depois que o prefeito cortou a gratificação
da esposa do Hélio, que também era funcionária do município. O Hélio ficou com
ódio de Daniel e colocou na cabeça do Cleib, que é cunhado do vice-prefeito, e tinha
pretensões de se candidatar agora em 2016, que executá-lo seria a única
alternativa para que ele ganhasse a eleição”, relatou.
A partir daí, Cleib e Hélio convidaram Dalmi, e garantiram
que se ele ajudasse no assassinato poderia montar uma empresa, e então ganharia
todas as licitações para executar serviços em Matrinchã, tendo uma renda mensal
superior a R$ 80 mil. Na noite do crime, ainda segundo o titular da Deic, Hélio
saiu com Daniel e Elizeth de uma reunião, e no caminho da chácara em que vivia o
casal deu um toque no celular de Dalmi. “O Dalmi chegou logo, e quando viu
Daniel e Hélio sentados na mesa pegou uma marreta e bateu duas vezes na cabeça
do prefeito, que caiu agonizando no chão. Ao ouvir o barilho, Elizeth, que
estava dentro da casa, chegou correndo e perguntou o que tinha acontecido, e
quando abaixou para ver como estava o marido também foi atingida com marretadas
na cabeça. Com o casal caído no chão, o Hélio pegou uma faca e cortou o pescoço
dos dois”, descreveu Valdemir Pereira.
Primeiro delegado a investigar o caso, Kléber Toledo, que na
época era o titular da Deic, lembra que os três acusados se encontraram várias
vezes para combinar o que fariam para atrapalhar o trabalho da polícia. “O
Cleib chegou a ir no velório do Prefeito e da Primeira Dama e disse para
parentes da vítima que aquele crime não podia ficar impune, e garantiu que os
ajudaria a lutar por justiça. Depois disso nós flagramos várias vezes o Dalmi e
o Hélio em postos e bares de Goiânia combinando o que fariam para desviar a
atenção e tentar imputar o crime a outras pessoas”, contou Toledo.
Ao concluir o inquérito, que será remetido ainda hoje ao
Poder Judiciário, a Polícia Civil indiciou Hélio e Dalmi por duplo homicídio e
Cleib Morais por homicídio, já que segundo as investigações, ele arquitetou
apenas a morte do prefeito. “A Elizeth só morreu porque eles não podiam deixar
testemunhas”, concluiu o titular da Deic.
Fonte: É MAISGOIÁS
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